Apetece-me escrever sobre silêncios. Sobre os meus silêncios. E da necessidade que tenho deles. São tempos de descanso, calma, equilíbrio. De resolução de conflitos, de reencontro. Não posso pensar num problema no meio da agitação. Torna-se mais grave. No silêncio assume a sua verdadeira dimensão, pesa muito, muito, assusta muito, muito mas...tudo fica mais claro.
Sou uma alminha agitada e por isso tenho muita necessidade de me recolher, de me retirar. E também por isso, não tenho dúvidas que os meus silêncios assustam alguns. As palavras podem ser tão violentas que é mais sensato calá-las. Mas parece que as entendemos melhor, não é? Compreendo... os silêncios de alguns também me doem. Chegam a ser ensurdecedores. Mas acredito, acredito mesmo, que o silêncio me permite comunicar profundamente com alguém. Será que ouve?
Os meus silêncios fazem-me adormecer e fazem-me sonhar...
"Não se deve consentir a todos o acesso ao nosso próprio coração. Um silêncio cauto e prudente é o cofre da sensatez." (Umberto Eco, in "A Ilha do Dia Antes")
1 comentário:
Gostei deste teu texto. Magnífico. Quanto a mim, surprendeste-me...Um grande abraço.
Miguel Ângelo
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