quinta-feira, 21 de junho de 2007

Schiuuuuuuuu

Apetece-me escrever sobre silêncios. Sobre os meus silêncios. E da necessidade que tenho deles. São tempos de descanso, calma, equilíbrio. De resolução de conflitos, de reencontro. Não posso pensar num problema no meio da agitação. Torna-se mais grave. No silêncio assume a sua verdadeira dimensão, pesa muito, muito, assusta muito, muito mas...tudo fica mais claro.
Sou uma alminha agitada e por isso tenho muita necessidade de me recolher, de me retirar. E também por isso, não tenho dúvidas que os meus silêncios assustam alguns. As palavras podem ser tão violentas que é mais sensato calá-las. Mas parece que as entendemos melhor, não é? Compreendo... os silêncios de alguns também me doem. Chegam a ser ensurdecedores. Mas acredito, acredito mesmo, que o silêncio me permite comunicar profundamente com alguém. Será que ouve?
Os meus silêncios fazem-me adormecer e fazem-me sonhar...
"Não se deve consentir a todos o acesso ao nosso próprio coração. Um silêncio cauto e prudente é o cofre da sensatez." (Umberto Eco, in "A Ilha do Dia Antes")

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Carta a Ti

Não me parece que tenha alma de poeta mas escrever faz-me bem! É como o chorar que me lava a alma (às vezes lava-me toda. Choro a sério!). O meu sentir... a intensidade com que sinto. Não consigo fazer nada pela metade, tenho o coração na boca e sensações à flor da pele. As meias-medidas sempre me deram cabo da cabeça. A vida morna, também. Revejo-me perfeitamente na canção "Quero é Viver" do António Variações porque "que me importa o que serei/quero é viver/Amanhã, espero sempre um amanhã/e acredito que será mais um prazer/e a vida é sempre uma curiosidade que me desperta com a idade/interessa-me o que está para vir/a vida em mim é sempre uma certeza/que nasce da minha riqueza/do meu prazer em descobrir/encontrar, renovar, vou fugir ou repetir...". Quero mesmo é viver! Com intensidade, a mil à hora, furiosamente. Claro, que isto às vezes não é fácil. Tanta adrenalina, empolgação...esgotam-se-me as energias (é o problema das altas voltagens!). Há alturas em que o meu coração dispara com tanta intensidade que parece que me vou finar. Aí digo-lhe baixinho: "aguenta! foste tu que pediste!". É verdade, fui eu que pedi. E não me arrependo nada! Não me arrependo de sonhar, vivo para sonhar, e dou muitas vezes asas aos meus sonhos e..."carta aberta ao coração"! O problema está nas sintonias. Muitas vezes os corações estão descompassados e aí interrogo-me se vale mesmo a pena (logo me lembro do Camões que dizia "tudo vale a pena se a alma não é pequena". E pronto! Tou feita, outra vez!). Sabes do que gostava? Que os nossos corações acompanhássem aquela música, aquela que oiço tantas vezes mas que quero cantar contigo. Beijinhos.

terça-feira, 19 de junho de 2007

"Um amor para além das fronteiras"

Um destes dias, vi o DVD "Um amor para além das fronteiras". Conta a história de Sarah (membro da ONU) e Nick (médico)e as suas lutas pelo mesmo ideal, a ajuda humanitária. Conhecem-se quando este, acompanhado de um menino etíope, subnutrido, irrompe numa sala onde decorre um jantar de beneficiência. O médico confronta os presentes com a necessidade de fazer muito mais em prol dos que mais precisam. A partir desse dia, a vida de Sarah transforma-se. Dias mais tarde, ao ter notícia de que aquele menino morreu, parte para a Etiópia onde encontra Nick e o seu grupo. Está fascinada por aquele homem altruísta, corajoso, reivindicativo e teimoso. Nick tenta resistir àquela mulher que luta pelo mesmo ideal (mas que usa perfume), ao ponto de até então nunca ter pronunciado o seu nome (quando confrontado com isso diz que foi a forma que encontrou para não se ligar àqueles que um dia verá partir. E todos os dias morre gente nos seus braços). O inevitável acontece e Sarah e Nick apaixonam-se para não mais se separarem. Ela regressa a casa onde encontra o marido e o filho mas tem a certeza que o seu casamento acabou. Mais tarde viaja para o Cambodja onde volta a encontrar o médico e o grupo. Tempos depois, Sarah tem conhecimento que Nick se encontra algures na Tchechenia mas que poderá estar morto. Parte e encontra-o moribundo e revela-lhe que têm uma filha. A cabana onde se encontram é bombardeada e fogem mas Sarah pisa uma mina e morre. Nick conhece a filha. O filme não se resume à história de amor entre os protagonistas. Conta também a história de amor pelos que mais precisam de nós. O seu espírito altruísta e combativo tocará concerteza os corações mais empedernidos. Não se nos pede que partamos para um destino longínquo. Perto existe alguém que precisa da nós. Para além da fome de alimentos existe muita fome de afectos. às vezes basta um sorriso ou uma palavra amiga. E não custa dinheiro.Quanto à história de amor...... "chorar lava a a alma"

Alguém disse: " Para TE SEGURARES usa a CABEÇA

Para SEGURARES OS OUTROS usa o CORAÇÃO"